fonte: O Globo

Mesmo sem receber os repasses de verba acordados com o governo do estado, os servidores do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, decidiram fazer o possível para manter o funcionamento da unidade. A decisão foi tomada em reunião na manhã desta segunda-feira entre a direção e o corpo clínico.

Desde meados do ano passado o hospital vem sofrendo com a falta de repasses da chamada verba de custeio, que inclui pagamento de insumos e funcionários terceirizados. No início do ano, profissionais de limpeza chegaram a paralisar os serviços e o atendimento na unidade foi prejudicado. Com isso, em março, a direção do hospital fechou acordo com o governo para o repasse de R$ 7 milhões mensais para o custeio. Segundo a direção, no entanto isso não tem sido cumprido.

O governo afirma que dos R$ 7 milhões, pagou cerca de R$ 3,5 milhões. De acordo com o presidente da comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Paulo Pinheiro (PSOL), que participou da reunião na manhã desta segunda, do valor que o estado alega ter pago, apenas R$ 2,7 milhões seriam para o custeio. Outros R$ 667 mil são destinados ao pagamento de médicos residentes, e esse custo não está incluído no acordo celebrado para o pagamento dos R$ 7 milhões mensais. Segundo ele, a decisão de mantém o hospital funcionando pode não durar muito tempo.

— O corpo clínico decidiu manter as portas abertas, mas não se pode prever por quanto tempo. Se o estado não pagar, não se pode exigir que o pessoal da limpeza continue trabalhando sem receber sequer o vale transporte. Não se pode obrigar o pessoal da cozinha a trabalhar sem receber nem mesmo o valor para a própria alimentação. Se as empresas que fornecem os terceirizados não forem pagar, não se sabe se quanto tempo eles vão continuar trabalhando — afirma Pinheiro.